Para governador de SP, não existe 'inflação de demanda no país'.
Esforço fiscal do governo é sacrificado por causa da Selic, diz Alckmin.
O governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, defendeu nesta terça-feira (16) que é preciso reduzir a taxa básica de juros "o mais rápido possível", durante congresso com representantes da União Geral dos Trabalhadores (UGT), realizado na capital paulista.
A Selic foi elevada em 0,5 ponto percentual, para 13,75%, na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária).
"Nós temos hoje a maior taxa de juros do mundo. É muito bom para quem tem dinheiro não investir e deixar seu dinheiro aplicado como rentista. Temos que reduzir essa taxa de juros o mais rápido possível", afirmou o governador.
Alckmin disse também que, no Brasil, não existe inflação de demanda (gerada pelo consumo maior que a oferta). "Esfriou a economia, não tem inflação de demanda, o que tem é inflação de preço administrado, e como a dívida pública brasileira é referenciada pela Selic, a cada 1% de aumento na taxa o governo tem que pagar R$ 20 bilhões a mais".
Segundo o governador, cerca de dois terços de "todo o esforço [do ajuste] fiscal", para economizar e equilibrar as contas públicas, "vai embora para pagar os juros da dívida". "Entendo que o caminho é o desenvolvimento, o emprego e o investimento. Isso é que melhora a renda".
Convênio de cooperação
Ministro do Trabalho, Manoel Dias, assinou um acordo de cooperação técnica com a UGT
Durante o evento, o ministro do Trabalho e Emprego (MTE), Manoel Dias, assinou um acordo de cooperação técnica com representantes da União Geral dos Trabalhadores (UGT), para permitir o acesso a dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e da Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
O convênio possibilita obter informações sobre as empresas e a ficha cadastral de seus funcionários e ex-funcionários. Durante a solenidade de abertura do congresso da UGT, Dias destacou a importância da união dos membros de entidades sindicais para a conquista de direitos trabalhistas.
"É fundamental que os trabalhadores se organizem para quem possam reestruturar reformas de base e sejam parte fundamental da discussão pela formalização [do mercado de trabalho]", afirmou o ministro.
Fonte: G1